Um desafio em Julho de 2008, sobre uma pintura publicada aqui neste mural da minha C(l)ave - Partilha de uma muito querida (4), um acrílico sobre tela da minha Autora da Capa de Memória Alada -, resultou num conjunto de histórias que só me lembrei agora (passados quase 12 anos) de recolher para memória, e que são dignas de serem lidas por quem se quiser dar a esse trabalho.
Segue-se a 2ª parte:Por Belisa do Estrela no Céu
Mas o que hei-de dizer
Olhando para ti meu amigo
Mas o que hei-de fazer
Para poder falar contigo
Vou imaginar que tu és
O meu príncipe encantado
Vou procurar de lés a lés
E também por todo o lado
Quero encontrar o meu amor
E ter alguém só para mim
Meu coração é um tambor
Pois sinto-o bater assim
Neste canto à luz da vela
Estou falando contigo
Será a noite mais bela
Tenho-te a ti como Amigo!
Olhando para ti meu amigo
Mas o que hei-de fazer
Para poder falar contigo
Vou imaginar que tu és
O meu príncipe encantado
Vou procurar de lés a lés
E também por todo o lado
Quero encontrar o meu amor
E ter alguém só para mim
Meu coração é um tambor
Pois sinto-o bater assim
Neste canto à luz da vela
Estou falando contigo
Será a noite mais bela
Tenho-te a ti como Amigo!
Por Su da Teia de Ariana
- Juro que não falo mais contigo!
-Não entendo...isto antigamente, não era bem assim. Nós é que corríamos atrás do sonho e das princesas perfeitas, do beijo libertador, e tentávamos assumir uma outra personalidade qualquer!! - disse o sapo, encolhendo os ombros, se realmente os tivesse.
- Não me interessa essa conversa de psicologia invertida. Já te disse que só vou continuar a falar contigo se me deixares dar-te um beijo! Até lá...bem que podes procurar outra pessoa que saiba conversas contigo!
- Sabes bem que isso é impossível. Hoje em dia tudo o que foge ao normal é olhado de lado, assim com uma certa indiferença...como se até nem existisse. Ou se tivesse passado. Os da tua espécie têm medo do pseudo-anormal! Na realidade, eu até poderia ser a tua consciência materializada, como um certo insecto que uma outra história atrás. Só não tenho é chapéu, asas e bengala!
- Na realidade, eu posso mesmo deixar de falar contigo...e fazer de conta que não te vejo. É muito fácil. - a menina continuava encolhida no seu canto, de braços cruzados, recusando-se a olhar para o sapo que tinha ao colo.
- Eu não posso ser o teu príncipe encantado. Isso eram só histórias...sabes lá o que é que acontecia quando elas terminavam após aquelas palavras: E Viveram Felizes Para Sempre!"...a rotina, a casa, os filhos...olha, a Cinderela acabou por se viciar em comprimidos para dormir porque o seu príncipe ressonava deamsiado alto e não a deixava dormir!! As coisas não são bem como eram contadas. Afinal, vives num mundo de fadas, ou quê?!
- Não vivo, mas gostaria. Gostaria de acreditar que as histórias têm sim finais felizes e que por detrás de cada um há sempre aquela alma perfeita que apenas precisa de umas arestas limadas...mas tens razão...não posso forçar o que não é real...
- Isso sim...estás a ver? Eu tenho valor pelo que sou...um amigo teu que fala contigo, para além deste aspecto. Não sou mais nada do que isto. Outros tempos foram...
- Desculpa ter insistido tanto. Preciso sempre d eter algo para me agarrar. Olha, vou buscar-te uma folhinha fresca de alface e já venho!
A menina levantou-se e fez uma festa amigável no dorso do seu amigo verdusco. Enquanto fecha a porta, o sapo transforma-se num belo príncipe:
-Não entendo...isto antigamente, não era bem assim. Nós é que corríamos atrás do sonho e das princesas perfeitas, do beijo libertador, e tentávamos assumir uma outra personalidade qualquer!! - disse o sapo, encolhendo os ombros, se realmente os tivesse.
- Não me interessa essa conversa de psicologia invertida. Já te disse que só vou continuar a falar contigo se me deixares dar-te um beijo! Até lá...bem que podes procurar outra pessoa que saiba conversas contigo!
- Sabes bem que isso é impossível. Hoje em dia tudo o que foge ao normal é olhado de lado, assim com uma certa indiferença...como se até nem existisse. Ou se tivesse passado. Os da tua espécie têm medo do pseudo-anormal! Na realidade, eu até poderia ser a tua consciência materializada, como um certo insecto que uma outra história atrás. Só não tenho é chapéu, asas e bengala!
- Na realidade, eu posso mesmo deixar de falar contigo...e fazer de conta que não te vejo. É muito fácil. - a menina continuava encolhida no seu canto, de braços cruzados, recusando-se a olhar para o sapo que tinha ao colo.
- Eu não posso ser o teu príncipe encantado. Isso eram só histórias...sabes lá o que é que acontecia quando elas terminavam após aquelas palavras: E Viveram Felizes Para Sempre!"...a rotina, a casa, os filhos...olha, a Cinderela acabou por se viciar em comprimidos para dormir porque o seu príncipe ressonava deamsiado alto e não a deixava dormir!! As coisas não são bem como eram contadas. Afinal, vives num mundo de fadas, ou quê?!
- Não vivo, mas gostaria. Gostaria de acreditar que as histórias têm sim finais felizes e que por detrás de cada um há sempre aquela alma perfeita que apenas precisa de umas arestas limadas...mas tens razão...não posso forçar o que não é real...
- Isso sim...estás a ver? Eu tenho valor pelo que sou...um amigo teu que fala contigo, para além deste aspecto. Não sou mais nada do que isto. Outros tempos foram...
- Desculpa ter insistido tanto. Preciso sempre d eter algo para me agarrar. Olha, vou buscar-te uma folhinha fresca de alface e já venho!
A menina levantou-se e fez uma festa amigável no dorso do seu amigo verdusco. Enquanto fecha a porta, o sapo transforma-se num belo príncipe:
- Bolas, do que me livrei!! Passei séculos tão sossegadinho como sapo quando veio a outra e deu-me um beijo para me chatear durante toda a vida. Agora que voltei a esta paz...não quero outra coisa! Tenham mas é cuidado com os beijos!!
Uma Estória (6)
Por zeroz do Apontamentes
Ana levantou-se com uma estranha impressão na perna. Coxeava e tinha um leve ardor. Não se lembrava da noite anterior nem de parte do seu passado. Como de costume foi para colégio. As freiras fizeram um comentário sobre a sua postura na aula: Longinqua, alienada, de mente afastada, quase de corpo ausente. Mais um dia terminou e voltou a casa, jantou no orfanato, e à noite saiu para o clube. As noites negras e que tanto adorava eram a sua única razão de existência, tudo o resto eram apêndices. Os encontros com Jaime, seu amante e mentor, foi o quem a integrou na seita. Os rituais fascinavam-na e cada vez mais dependia deles para entrar em transe e escapar por momentos da sua vida modesta e mesquinha. Chegou a casa às tantas, continuava a coxear, deitou-se com Jaime e adormeceu esgotada mas deleitada.
Quando acorda tem uma espécie de gelatina sobre a boca e os olhos, quase não os consegue abrir. No banho tenta retirar o visco que a cobre. No joelho uma força estranha, uma dormência, uma energia bizarra a cobre, um caldo antigo e primordial sobre a rótula. No médico: "um caso raro"; "é pra ser fotografada"; "não vamos lancetar a coisa"; "Esperemos a evolução!". É medicada com drogas especialmente para doentes crónicos e casos de maleitas hiperactivas. Volta para casa a flutuar. No dia seguinte estava imóvel e vegetal sobre a cama. Um sorriso nos lábios disformes que se decompunham, os olhos gelatinosos desfaziam-se, por ciam dum joelho um girino desenvolvia-se sobre a epiderme. Por dentro do corpo a espinal medula ligava-se à perna esquerda, a respiração não era feita pela traqueia, mas sim por orificios junto à coxa. os lábios colam-se a face implode aos poucos, o cérebro deixa de funcionar. O girino desenvolve-se agarrado ao corpo. Utiliza-o para se deslocar. Numa ultima tentativa os médicos acham o fenómeno bizarro mas esperam mais desenvolvimentos, e através de cirurgia plástica reconstituiem-lhe a cara. Apesar disso os electro-encefalogramas acusam morte cerebral, as ligações sinapticas cortadas, a ligação motora interrompida. Quem controla o corpo como uma marioneta é Jack, O Sapo. É assim que se chama, e chegou para ocupar o seu lugar na carteira de Ana.
Torna-se o melhor aluno, já ninguém estranha o sapo no corpo, apenas sentem que Jack se devia livrar daquela carcaça. Mas Jack sente-se bem, acaba o colégio com excelentes notas e forma-se em direito. Jaime mantém uma relação com Jack, assumem-na perante todos e abrem um escritório de Actividades Juridicas no centro da cidade. São felizes finalmente.
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Histórias muito interessantes que gostaria de apreciar uma a uma.
ResponderEliminarTudo pelo melhor. Beijinho
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Estas histórias são muito boas.
ResponderEliminarE vale mesmo a pena serem guardadas.
Continuação de boa semana, amiga Fá.
Beijo.
Concordo que sao hiatorias boas de guardar.
ResponderEliminarGostei
Me gusto la sengusda pero todas son geniales te mando un beso
ResponderEliminarGostei muito das quadras da Belissa! Voltarei oportunamente!
ResponderEliminarBeijinhos
Boa tarde Fá. Obrigado por dividir conosco. Bom final de semana.
ResponderEliminarAdorei ler as belas histórias, são dignas de serem guardadas na prateleira.
ResponderEliminarBeijinhos
Nice to get other's povs. Very interesting.
ResponderEliminarA passar por cá para conhecer as histórias.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Uma publicação interessante. Bju
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