Segue-se a 4ª parte:
Uma Estória (10) Por Metódica do Método
A noite já vai alta, mas para ela pouca diferença faz, está acostumada a deitar-se tarde, mas esta noite não tem intenção de ir dormir.
Esta noite acendeu três velas no velho castiçal de família, tinha um carinho especial por ele. Era daquelas relíquias que vão passando de mãe para filha. Gostava de pensar que aquele castiçal tinha séculos de existência, que tinha pertencido a parentes importantes, talvez até da nobreza, na altura em que Portugal ainda era uma monarquia.
Nunca percebeu muito bem porquê, mas gostava de ver as velas arderem naquele velho castiçal cheio de história, gostava de ver as chamas dançarem ao som de uma melodia muda. Lembrava-se de que em criança passava horas a olhar para as velas, na noite de Natal, quando a sua mãe as acendia no castiçal.
Hoje não é natal, mas ela também já não é criança e a mãe também já não é viva, faleceu à dois anos num horrível desastre de automóvel.
Estamos no inicio de Janeiro e um frio intenso veste as noites, mas ela não sentia frio, não sentia nada. Sentada no chão olhando as chamas, a sua mente era assaltada por todas as suas memórias, por todos os seus fantasmas, por todos os seus medos e ela via tudo isto desfilar à sua frente como se ela própria fosse alguém de fora, como se estivesse a assistir um filme num cinema.
Não consegue evitar, ela precisa destes momentos, são momentos só dela em que pode meditar à vontade, rever toda a sua vida, todos os seus sentimentos.
Acompanhada pelo seu velho castiçal entra no mais íntimo do seu ser, nas profundezas da sua existência, enquanto lá fora, todo o Universo dorme tranquilamente.
Esta noite acendeu três velas no velho castiçal de família, tinha um carinho especial por ele. Era daquelas relíquias que vão passando de mãe para filha. Gostava de pensar que aquele castiçal tinha séculos de existência, que tinha pertencido a parentes importantes, talvez até da nobreza, na altura em que Portugal ainda era uma monarquia.
Nunca percebeu muito bem porquê, mas gostava de ver as velas arderem naquele velho castiçal cheio de história, gostava de ver as chamas dançarem ao som de uma melodia muda. Lembrava-se de que em criança passava horas a olhar para as velas, na noite de Natal, quando a sua mãe as acendia no castiçal.
Hoje não é natal, mas ela também já não é criança e a mãe também já não é viva, faleceu à dois anos num horrível desastre de automóvel.
Estamos no inicio de Janeiro e um frio intenso veste as noites, mas ela não sentia frio, não sentia nada. Sentada no chão olhando as chamas, a sua mente era assaltada por todas as suas memórias, por todos os seus fantasmas, por todos os seus medos e ela via tudo isto desfilar à sua frente como se ela própria fosse alguém de fora, como se estivesse a assistir um filme num cinema.
Não consegue evitar, ela precisa destes momentos, são momentos só dela em que pode meditar à vontade, rever toda a sua vida, todos os seus sentimentos.
Acompanhada pelo seu velho castiçal entra no mais íntimo do seu ser, nas profundezas da sua existência, enquanto lá fora, todo o Universo dorme tranquilamente.
Uma Estória (11) Por Sónia Pessoa de Os Livros que Ninguém Quis Dar a Ler
Jurei que ficaria assim... sentada a um canto até ao fim da vida! À espera. Cada dia que passe, cada noite que caia, cada raio de sol, tempestade, trovoada, será um momento nos muitos momentos de espera da minha vida. Porque a vida não depende sempre e só de nós, porque desejar que isto ou aquilo aconteça não é garantia de nada, porque quis ser feliz e não fui... fico, pois, aqui à espera... à espera... de braços cruzados com a vida, de costas voltadas ao destino, de olhos fechados ao mundo... só eu, só eu no silêncio, só eu comigo... sozinha... por momentos julgo ver aquele sapo que brincava comigo quando a vida ainda não me desiludia, mas esfrego os olhos e regresso à realidade... está escuro, está frio... continuo à espera e nada acontece, porque a vida parou para mim, continua a correr lá fora... sinto-me a ficar para trás, perdida num vazio... falta-me o ar... uma janela... num impulso corro para ela, abro-a e sinto o ar na cara, o vento frio nos cabelos, respiro fundo e deixo a vida entrar dentro de mim... por momentos sinto que pude decidir entre ficar no canto, inerte, e voltar a viver...
Uma Estória (12) Por Sara Cabral
A lenda do Amor
(postado por empréstimo no Método)
Catarina, uma jovem bonita, inteligente, acostumada aos bons luxos da vida, estava habituada a ter muitos rapazes de volta dela. Ela era a mais popular!Um dia, tudo mudou, ela nunca chegou a perceber porquê, mas deixou de gostar que os rapazes andassem sempre de volta dela, e precipitadamente começou a ser um pouco menos simpática e acabou por afastar todos os rapazes da sua vida.Mais tarde, acabou por se arrepender e quando queria arranjar o amor da sua vida, estava mais desesperada que nunca e cada vez mais fechava-se. Leu num livro que segundo uma lenda, para arranjar o amor da vida dela teria de arranjar um candelabro com três velas e um “amigo”.Catarina, sem ter amigos decidiu levar o primeiro animal que encontrou: um sapo. À meia-noite, ajoelhou-se a um canto do seu vazio quarto, com o seu candelabro e as três velas acesas e o sapo em cima do seu colo.Nada mais se sabe sobre esta história, mas pensa-se que o sapo se transformou num príncipe. Há quem diga que nada aconteceu e que Catarina sofreu até ao fim da sua vida. Fica agora ao critério de cada um terminar a minha história...
(postado por empréstimo no Método)
Uma versão de continuação por:
Marta 02/09/08, 08:48
Outra versão de continuação por:
Costuma dizer-se que se não os podes vencer, junta-te a eles.
E foi o que acabaria por acontecer. Catarina, farta de tentar procurar o amor da sua vida entre aqueles sapos todos sem encontrar aquele que quisesse verdadeiramente transformar-se em príncipe, acabou por transformar-se, ela própria, em sapo!
Ainda outra versão, mais recente, de continuação por:E foi o que acabaria por acontecer. Catarina, farta de tentar procurar o amor da sua vida entre aqueles sapos todos sem encontrar aquele que quisesse verdadeiramente transformar-se em príncipe, acabou por transformar-se, ela própria, em sapo!
Pois, o sapo transformou-se num príncipe intolerável, autoritário, um jovem sem escrúpulos, manipulador e vingativo. E aprisionou Catarina em casa. Como a rapariga tentou escapar às garras daquele ser monstruoso, ele prometeu isola-la de todos os olhares, Catarina aprenderia a amá-lo, só a ele, apenas a ele. E decidiu que habitariam uma mansão , solitária na floresta, ladeada de arvoredo. O príncipe belo, tornou-se cada vez mais escuro e sombrio com o passar dos anos. Catarina, a jovem formosa, desencantada e desiludida, procurou conforto num velho piano, foi ali, que tocou as mais extraordinárias composições musicais. Gatafunhadas em papéis sujos e velhos. Como o príncipe rasgava e incendiava-os irado, ela aprendeu a defender-se e a escondê -los em lugares impensáveis. Depois da sua morte, o casarão foi descoberto e explorado e finalmente a suas obras musicais saíram para os salões da alta nobreza e Catarina, nome pronunciado de boca em boca, nunca mais seria esquecida. Do malvado príncipe, nada, nem referências, nem como terá sido o seu fim. Como se jamais tivesse existido.
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Uns, dizem que foram felizes para sempre, outros dizem que Catarina sofreu até ao fim da sua vida, vitima do preconceito alheio!